Com performances elogiadas de Shirley Cruz e Seu Jorge, o longa-metragem, que acompanha a jornada de uma mãe e seus dois filhos pequenos pela ruas de São Paulo, integra a Competição de Longas-Metragens do festival

Estrelado por Shirley Cruz, de séries como 3%”(2018) e Cidade de Deus (2024) e longas como A Vida Invisível (2019), o filme conta a história de Gal, mulher preta, catadora de materiais recicláveis, que abandona o marido abusivo (Seu Jorge) pelas ruas de São Paulo ao lado dos filhos Rihanna (Rihanna Barbosa) e Benin (Benin Ayo). O longa tem ainda no elenco as atrizes Luedji Luna e Rejane Faria, e traz participações especiais de Katiuscia Canoro, Lourenço Mutarelli e do rapper Dexter.

Quando passou pelo Festival de Berlim, A Melhor Mãe do Mundo ganhou a atenção da crítica. Para a Variety, “é difícil não se comover tanto com situação específica quanto com o panorama mais amplo que o filme pinta dos direitos das mulheres marginalizadas no Brasil contemporâneo”. O texto elogia a performance “corajosa” de Shirley Cruz, dizendo que ela consegue unificar o drama pessoal e o retrato social que o filme apresenta. O site IonCinema concorda e afirma que o longa dá à protagonista “a oportunidade de brilhar”. Citando o interesse da diretora em explorar histórias protagonizadas por mães, o site Escribiendo Cine diz que, neste novo filme, “Muylaert leva sua perspectiva ainda mais longe, retratando a maternidade como um ato de resistência em um contexto de violência e desigualdade”.

O CINE-PE acontece entre 9 e 15 de junho, no Recife, Pernambuco. A estreia de A Melhor Mãe do Mundo nos cinemas brasileiros está prevista para agosto de 2025.
SINOPSE
Batalhadora e de personalidade solar, Gal ganha a vida como catadora de materiais recicláveis em São Paulo. Vítima de um relacionamento abusivo, ela decide prestar contra o marido Leandro, mas não encontra ajuda nem proteção. Determinada a dar uma nova vida e buscar um lugar seguro para criar os dois filhos pequenos, Gal decide abandonar a casa da família, levando as crianças na carroça com que trabalha. Para preservar os pequenos da dura realidade de não ter um teto, ela cria uma aventura imaginária pelas ruas da metrópole.
SOBRE A CINEASTA
Uma das mais reconhecidas cineastas brasileiras das últimas décadas, o primeiro trabalho de Anna Muylaert foi o curta “Rock Paulista” (1988), que dirigiu e escreveu, antes de ajudar a criar alguns dos mais icônicos programas infantis da TV no país, como “Mundo da Lua” (1991) e “Castelo Rá-Tim-Bum” (1995), ambos na TV Cultura; e “TV CRUJ” (1997), no SBT. No cinema, depois do celebrado curta “A Origem dos Bebês segundo Kiki Cavalcanti” (1995), estreou na direção de longas. O primeiro, “Durval Discos” (2002), ganhou 7 kikitos no Festival de Gramado, incluindo os prêmios de melhor filme na opinião do júri, da crítica e do público. “É Proibido Fumar” (2009) levou 8 troféus no Festival de Brasília e 5 no Prêmio Grande Otelo do Cinema Brasileiro, conquistando o título de melhor filme nas duas ocasiões.
Com “Que Horas Ela Volta?” (2015), ganhou reconhecimento internacional. O filme estreou no Festival de Sundance, onde ganhou um prêmio especial do júri, e integrou a seleção do Festival de Berlim, recebendo o prêmio da audiência na seção Panorama. Ficou no Top 5 dos melhores filmes estrangeiros do ano para o National Board of Review, foi indicado na mesma categoria pelo Critics Choice e terminou como representante oficial do Brasil na disputa pelo Oscar. Venceu 7 prêmios Grande Otelo e foi eleito o filme do ano para a Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), que o incluiu na lista dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos.
Dirigiu também os longas “Chamada a Cobrar” (2012), “Mãe Só Há Uma” (2016), “Alvorada” (2022) e “O Clube das Mulheres de Negócios” (2024). Além de escrever todos os seus filmes, Anna Muylaert ajudou a roteirizar longas como “Desmundo” (2002), “O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias” (2006) e “Xingu” (2011), entre outros.
A Melhor Mãe do Mundo é o oitavo longa-metragem dirigido por Anna Muylaert.
ELENCO
Shirley Cruz …………………… Gal
Seu Jorge ……..……………….. Leandro
Rihanna Barbosa …………… Rihanna
Benin Ayo ….………………….. Benin
Luedji Luna ..………………….. Valdete
Rejane Faria ….………………. Munda
Rubens Santos .…………….. Anivaldo
Kauezinho Rodrigues …. Valdo
João Fellipe Felix …………. Neto
Lourenço Mutarelli ..…… Reginaldo
Ayomi Domenica ………… Adjane
Katiuscia Canoro ………… Delegada
Dexter ………………………….. Babu
FICHA TÉCNICA
Direção: Anna Muylaert
Roteiro: Anna Muylaert, com a colaboração de Grace Passô e Mariana Jaspe
Produção: Tomás Darcyl, Ricardo Costianovsky, Clara Ramos, Bianca Villar, Karen Castanho, Gabriel Gurman, Fernando Fraiha e Anna Muylaert
Produção Executiva: Deborah Nikaido e Anatalia Lyrio
Fotografia: Lílis Soares
Montagem: Fernando Stutz
Direção de Arte: Maíra Mesquita
Figurino: Nina Maria
Maquiagem: Simone Souza
Música: André Abujamra
Ano e países de produção: Brasil/Argentina, 2025
Duração: 106 minutos
Distribuição: +Galeria