O segundo dia de cobertura do Sinistro Fest trazia a expectativa com alguns filmes interessantes na programação. Mas antes fui conhecer a Praia do Futuro porque também sou filho de Deus né…
Após a praia, almocei e parti para o Cineteatro São Luiz. A sessão das 14 horas, na Sala Luiz Severiano Ribeiro, seria aberta com curtas, mas a minha expectativa maior caía sobre Amado Pai, o primeiro longa-metragem do diretor Léo Miguel, que tem vários bons curtas no seu currículo. Ao terminar de ler esse texto, acesse o canal Das Ruas Produções no YouTube, onde pode assistir aos filmes. Sobre Amado Pai, deixarei para me aprofundar numa crítica sobre o filme que publicarei em breve, mas posso dizer que o filme tem alguns aspectos negativos, porém a coragem de fazer um filme nacional de horror cósmico lovecrafitiano deve ser muito aplaudida.
Curtas e filme de Paulo Caldas impressionam
A sessão das 16:30 foi aberta com dois curtas-metragens muito bons: Petrificada, dirigido pela dupla Iuri Bermudes e Renata Weiberg, e Arapuca, dirigido por Joel Caetano. E teve, na sequência, o excelente longa Atmosfera, de Paulo Caldas.
Petrificada aborda de forma bastante competente a questão da violência de gênero. A forma tóxica com a qual muitos homens, por vezes, se relacionam com mulheres é retratada de maneira competente. A direção trata de forma muito inteligente o tema. Um dos melhores curtas do dia. Outro curta com bastante destaque foi o Arapuca, que traz o Alzheimer como elemento de horror no filme. O filme acompanha Marcos, um filho que vive as dificuldades de cuidar do pai, João, com Alzheimer. A direção de Joel Caetano é feliz ao tratar a doença como uma escuridão que vai cercando e aprisionando João.
Os dois curtas foram ótimos, porém o que mais chamou minha atenção no dia foi o longa-metragem Atmosfera, de Paulo Caldas. Outro filme que irei deixar para me aprofundar num texto exclusivo sobre ele, mas vale dizer que a direção de Caldas cria uma obra que retrata bem os indos e vindos da mente de Edmundo – vivido esplendorosamente por João Miguel – entre a realidade e a insanidade. Vale ficar atento a Atmosfera, pois estreará em circuito comercial em algum momento.
Nocturna é o destaque da noite
Na sessão das 19 horas, que contava com a exibição do longa-metragem argentino Las Nubes, o curta-metragem mexicano Nocturna foi o destaque. O filme dirigido por Pablo Olmos Arrayales traz uma mulher (uma ótima atuação de Helena Puig), visivelmente embriagada, no metrô, que chama a atenção de um homem que se aproxima dela cheio de más intenções. A surpresa é que a mulher não era tão indefesa assim. Foram 15 minutos de filme que me impressionaram bastante.